quinta-feira, 28 de agosto de 2008

DIDI

Didi 'e, por vezes, uma especie de solista em campo. A propria pelota o acompanhava e parecia lamber-lhe as cuteiras como uma cadelinha amestrada. .... Numa simples ginga de Didi, h'a toda uma nostalgia de gafieiras eternas. .... Todavia, o momento mais artistico da pancadaria foi a monumental intervencao de Didi. Outro qualquer teria usado os meios normais, tais como o tapa, o soco, o pescocao, ou a boa e salubre cabecada brasileira. Didi foi alem. Tomou distancia e correu. Havia um bolo de uruguaios. E todo o estadio parou no espanto do salto, tao plastico, elastico, acrobatico. Essa espantosa agilidade carioca deslumbrou o povo. Com os dois pes, fendeu e dabandou o grupo inimigo. A plateia argentina quase pediu bis. (Nelson Rodrigues)

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